Isaías

Autor: Isaias
Data: Entre 700 - 690 aC
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Esboço de Isaías
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Denúncia, 1:1 — 39:8
I. Denúncia contra Judá, 1:1 — 12:6
A. A Condenação de Judá, 1:1 — 5:30
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C. A Chegada do Messias, 7:1 — 12:6
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II. Denúncia contra Outras Nações, 13:1 — 23:18
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III. A Tribulação e o Reino Futuros (o Apocalipse de lsaías), 24:1 — 27:13
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IV. A Denúncia contra Israel e Judá (Ais e Bênçãos), 28:1 — 35:10
B. Ai contra Judá, 29:1 — 31:9
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V. A Denúncia contra Senaqueribe. 36:1 — 39:8
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Consolação, 40:1 — 66:24
I. A Grandeza de Deus, 40:1 — 48:22
E. Ao Restaurar Israel, 43:1 — 44:28
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G. Ao Julgar Babilônia, 46:1 — 47:15
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II. A Salvação do Servo-Messias, 49:1 — 57:21
E. A Salvação Oferecida pelo Servo, 54:1 — 57:21
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III. O Programa Divino para a Faz, 58:1 — 66:24
B. O Tratamento para o Pecado, 59:1-21
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F Os Pré-requisitos da Bênção, 63:1 — 65:16
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Autor
O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu autor. O nome “Isaias” significa “O SENHOR é salvação”. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu nome é mencionado mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2Rs e quatro vezes em 2Cr.
O Livro de Is é citado diretamente no NT vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao profeta Isaías. Argumentos diversos favorecem a autoria única: 1) palavras– chave e frases-chave estão igualmente distribuídas através de todo o livro; 2) referências à paisagem e as cores locais são uniformes. A beleza de estilo superior na poesia hebraica nos últimos capítulos de Is pode ser explicada pela mudança de assunto, de julgamento e súplica para consolo e segurança.
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Data
O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido feito no ano que o rei Uzias morreu, que foi em cerca de 740 aC (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a ultima década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria, Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 aC (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias por alguns anos. A tradição diz que Isaías foi martirizado durante o reinado de Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditam que a forma “serrados” em Hb 11.37 é uma referência à morte de Isaías. A primeira parte do livro pode ter sido escrita nos primeiros anos de Isaías, e oca capítulos posteriores, após a sua retirada da vida pública.
Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 aC, o seu ministério pode ter se sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o de Miquéias em Judá.
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Contexto Histórico
Isaias profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, manteve uma conformidade exterior à ortodoxia, mas, gradualmente, caiu num sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14). Embora estivesse para vir mais uma avivamento a Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para Isaías que a aliança registrada por Moisés em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente violada, que o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como o era para Israel.
Isaías entrou em seu ministério aproximadamente na época da fundação de Roma e dos primeiros Jogos Olímpicos dos gregos. As forças européia ainda não estavam preparada para grandes conquistas, mas diversas potências asiáticas estavam olhando para além de sua fronteiras. A Assíria, particularmente, estava inclinada a conquistas ao sul e ao oeste. O profeta, que era um estudioso dos assuntos mundiais, podia ver que o conflito era iminente. A Assíria conquistou Samaria em 721 aC.
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Cristo Revelado
Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e “explicava-lhes o que dele se achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27). Para fazer isso, ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Is, porque dezessete capítulos contém referências proféticas a Cristo.
Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do Senhor, Emanuel, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé, Pedra Angular, Rei, Pastor, Servo do SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e Comandante, Redentor e Ungido”
O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias. Nenhum texto em ambos os testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo na cruz. Ele é citado diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1 (Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt 8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe 2.22); 53.10 (1Co 15.3-4); 53.12 (Lc 22.37). Também existem muitos cumprimentos de detalhes no cap. 53 em adição às citações diretas.
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O Espírito Santo em Ação
O ES é mencionado especificamente quinze vezes, sem contar as referências ao poder, efeito ou influência do Espírito que não citam seu nome. Há três categorias gerais sob as quais a obra do ES pode ser descrita:
A unção do Espírito sobre o Messias pra fortalece-lo, para seu domínio e governo como Rei no trono de Davi (11.1-12); como o Servo sofredor do Senhor, que irá fazer cura, libertação, iluminação e justiça às nações (42.1-9); como o Ungido (Messias) em seus dois adventos (61.1-3; Lc 4.17-21).
O derramamento do Espírito sobre Israel para lhes dar triunfo em sua reabilitação conforme o padrão do Êxodo (44.1-5; 63.1-5), para protegê-los de seus inimigos (59.19) e para preservar Israel em relacionamento de concerto com o SENHOR (59.21). Entretanto, Israel deve ser cuidadoso para não se rebelar e contristar o ES (63.10; Ef 4.30)
A operação do ES na criação e na preservação da natureza (40.30; ver também 48.16)
O Senhor Jesus, que teve seu ministério terreno realizado no poder e unção do ES, como Isaías havia profetizado, prometeu derramar seu Espírito sobre a Igreja, pra fortalecê-la para o ministério no cumprimento da Grande Comissão.
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O profeta
Nascido de família influente da classe alta, Isaías teve contato com a realeza e foi um conselheiro de assuntos internacionais, do rei de Judá. Embora comumente fosse alvo de zombaria, advertiu vigorosamente seu país contra as alianças com nações vizinhas, exortando Judá a confiar no Senhor (7:4; 30:1-17). Ele também atacou os males sociais de sua época, não por ser um reformador social, mas por ver tais abusos como sintomas de apostasia espiritual (1:3-9; 58:6-10). Depois de viver a maior parte de sua vida em Jerusalém, Isaías foi martirizado (segundo a tradição judaica) durante o reinado de Manassés (696-642 aC.), tendo sido serrado ao meio dentro de um tronco oco (cf. Hb 11:37).
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Soa Época
Durante a segunda metade do século oitavo a.C, Judá parecia estar seguindo o exemplo de apostasia deixado pelas dez tribos do reino de Israel (que viriam a ser capturadas pela Assíria em 722a.C). O rei Acaz estupidamente buscou proteção com a Assíria contra o reino do Norte, muito embora Isaías lhe tivesse afirmado que Israel em breve cairia nas mãos dos assírios (8:3-4). Ezequias, filho de Acaz e homem temente a Deus, instituiu reformas espirituais, mas buscou a ajuda do Egito em questões de segurança nacional. O Egito caiu diante dos exércitos de Senaqueribe, rei da Assíria, e foi somente por intervenção divina que Judá escapou de igual destino (37: 36-37). Durante o reinado de Manassés (696-642 a.C.), as práticas idólatras foram reinstituídas, e Isaías advertiu para a inevitabilidade do cativeiro babilônico. Ele também garantiu profeticamente a preservação do povo e a restauração nacional.
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Composição
Muito debate tem surgido quanto à autoria dos capítulos 40 a 66. Alguns atribuem toda esta divisão do livro a um “Deutero-Isaías’ que teria vivido por volta de 540 a.C (após o cativeiro babilônico). Outros sugerem que um ‘Trito-Isaías” escreveu os capítulos 56-66. Ainda outros vêem inserções e editoração tão recentes quanto o primeiro século a.C, uma posição difícil de sustentar-se à luz da descoberta do rolo de Isaías (contém todo o livro) nas cavernas de Qumran, pois este foi datado no segundo século a.C
Estas sugestões procuram eliminar o elemento sobrenatural necessário à profecia preditiva. Assim, o cativeiro babilônico e o retorno promovido por um monarca persa (especificamente denominado Ciro) não são vistos como fatos preditos com 150 anos de antecedência, mas como fatos históricos registrados depois de acontecidos. Ainda que tal conclusão fosse admitida, não invalidaria a profecia preditiva. O nome do rei Josias foi predito com três séculos de antecedência por um profeta anônimo (1 Rs 13:2), e Belém foi citada como o lugar de nascimento do Messias sete séculos antes do evento (Mq 5:2). Além disso há profecia preditiva nos capítulos l a 39 de Isafas (veja 7:16; 8:4,7; 37:33-35; 38:8 com respeito a profecias rapidamente cumpridas, e 9:1-2 e 13:17-20 com respeito a profecias de cumprimento mais demorado).
Se o chamado “Deutero-Isaías” viveu em Babilônia, como se alega, demonstra pouco conhecimento da geografia mesopotâmica, mas grande familiaridade com a Palestina (41:19; 43:14; 44:14). Além disso, afirma-se que as diferenças de estilo e linguagem só podem ser explicadas se postularmos autores diferentes, uma teoria que, aplicada a Milton, Coethe, ou Shakespeare, exigiria a conclusão de que muitas de suas obras seriam espúrias. Muito pelo contrário, podem-se apontar 40 ou 50 frases e sentenças que aparecem em ambas as divisões do livro e, portanto, favorecem a autoria única (cf. 1:20 com 40:5 e 58:14, 11:6-9 com 65:25; 35:6 com 41:18, etc).
Propor dois ou mais autores para este livro é também contra ditar a evidência do Novo Testamento. Citações dos capítulos 40-66 se acham em Mateus 3:3; 12:17-21; Lucas 3:4-6; Atos 8:28; Romanos 10:14 20 e são todas atribuídas a Isaías. Além disso, em João 12:38-41, citações de Isaías 6:9-10 e 53:1 aparecem juntas e são ambas atribuídas ao Isaías que viu o Senhor na visão do templo do capítulo 6. Devemos, portanto, concluir que o mesmo autor foi responsável por todo o livro, e que nenhuma parte dele foi escrita durante ou depois do cativeiro babilônico.
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Conteúdo
Isaías é freqüentemente chamado “o profeta evangélico” por falar muito sobre a obra redentora do Messias. Em suas páginas se encontra mais sobre a pessoa e obra de Custo do que em qualquer outro livro do Antigo Testamento. Conseqüentemente, há muitas passagens importantes e queridas no livro, algumas das quais são:1:18; 2:4; 6:3, 8; 7:14; 9:6-7; 11:9; 26:3; 35:1, 40:3; 48:16; o capítulo 53; 55:1; 57: 15; 59:1; 61:1-3.