Lucas




Autor: Lucas
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O Médico que experimentou a cura
Data: Cerca de 59—75 dC



Esboço de Lucas



II. A narrativa da infância 1.5-2.52


O nascimento de João Batista 1.57-80

O nascimento de Jesus 2.1-40


III. Preparação para o ministério público 3.1-4.13


IV. O ministério pela Galileia 4.14-9.50
Em Nazaré e Carfanaum 4.14-44

Do chamamento de Pedro ao chamamento dos doze 5.1-6.16

O Sermão da Montanha 6.17-49
Narrativa e diálogo 7.1-9.50


V. A narrativa de viagem (no caminho para Jerusalém) 9.51-19.28
Conta a parábola do juiz iníquo 18:1-8


VI. O ministério de Jerusalém 19.29-21.38
Acontecimentos na entrada de Jesus em Jerusalém 19.29-48
... Entra triunfalmente em Jerusalém 19:28-40

História de controvérsias 20.1-21.4

Discurso escatológico 21.5-38



VII. A paixão e glorificação de Jesus 22.1-24.53
A refeição de Páscoa 22.1-38

A paixão, morte e sepultamento de Jesus 22.39-23.56

A ressurreição e a ascensão 24.1.53






Autor
Tanto o estilo quanto a linguagem oferecem evidências convincentes de que a mesma pessoa escreveu Lucas e Atos. “ O primeiro tratado” At 1.1 é, então provavelmente , uma referência ao terceiro evangelho, como o primeiro de uma série de dois volumes. E o fato de o escrito dedicar ambos os livros a Teófilo também demonstra solidamente uma autoria comum. Visto que a tradição de igreja atribui com unanimidade essas duas obras a Lucas, o médico, um companheiro próximo de Paulo (Cl 4.14; Fm 24; 2Tm 4.11), e, como as evidências internas sustentam esse ponto de vista, não há motivos para contestar a autoria de Lucas.


Data
Eruditos que admitem que Lucas usou o Evangelho de Marcos como fonte para escrever seu próprio relato datam Lc por volta do ano 70 dC. Outros, entretanto, salientam que Lucas o escreveu antes de At, que ele escreveu durante o primeiro encarceramento de Paulo pelos romanos, cerca de 63 dC. Como Lucas estava em Cesaréia de Filipe durante os dois anos em que Paulo ficou preso lá (At 27.1), ele teria uma grande oportunidade durante aquele tempo para conduzir investigações que ele menciona em 1.1-4. Se for este o caso, então o Evangelho de Lc pode ser datado por volta de 59-60 dC, mas no máximo até 75 dC.


Conteúdo
Uma característica distinta do Evangelho de Lc é sua ênfase na universalidade da mensagem cristã. Do cântico de Simeão, louvando Jesus como “luz... Para as nações” (2.32) ao comissionamento do Senhor ressuscitado para que se “pregasse em todas as nações” (24.47), Lc realça o fato de que Jesus não é apenas o Libertador dos judeus, mas também o Salvador de todo o mundo.
A fim de sustentar esse tema, Lc omite muito material que é estritamente de caráter judaico. Por exemplo, ele não inclui o pronunciamento de condenação de Jesus aos escribas e fariseus (Mt 23), nem a discussão sobre a tradição judaica (Mt 15.1-20; Mc 7.1-23). Lc também exclui os ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha que tratam diretamente do seu relacionamento com a lei (mt 5.21-48; 6.1-8, 16-18). Lc também omite as instruções de Jesus aos Doze para se absterem de ministrar aos gentios e samaritanos (Mt 10.5).
Por outro lado, Lc inclui muitas características que demonstram universalidade. Ele enquadra o nascimento de Jesus em um contexto romano (2.1-2; 3.1), mostrando que o que ele registra tem significado para todas as pessoas. Ele enfatiza ainda, as raízes judaicas de Jesus. De todos os escritores dos Evangelhos só ele registra a circuncisão e dedicação de Jesus (2.21-24), bem como sua visita ao Templo quando menino (2.41-52). Somente ele relata o nascimento e a infância de Jesus no contexto de judeus piedosos como Simeão, Ana, Zacarias e Isabel, que estavam entre os fiéis restantes “esperando a consolação de Israel” (2.25). Por todo o Evangelho, Lc deixa claro que Jesus é o cumprimento das esperanças do AT relacionadas à salvação.
Um versículo chave do evangelho de Lc é o 19.10, que declara que Jesus “veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Ao apresentar Jesus como Salvador de todos os tipos de pessoas, Lc inclui material não encontrado nos outros evangelhos, como o relato do fariseu e da pecadora (7.36-50); a parábola do fariseu e o publicano (18.9-14); a história de Zaqueu (19.1-10); e o perdão do ladrão na cruz (23.39-43).
Lc ressalta as advertências de Jesus sobre o perigo dos ricos e a simpatia dele pelos pobres (1.53;4.18; 6.20-21, 24-25; 12.13-21; 14.13; 16.19-31; 19.1-10).
Este evangelho tem mais referências à oração do que os outros evangelhos. Lc enfatiza especialmente a vida de oração de Jesus registrando sete ocasiões em que Jesus orou que não são encontrados em mais nenhum outro lugar (3.21; 5.16; 6.12; 9.18,29; 11.1; 23.34,46). Só Lc tem as lições do Senhor sobre a oração ensinada nas parábolas do amigo importuno (18.9-14). Além disso, o evangelho é abundante em notas de louvor e ação de graças ( 1.28,46-56,68-79; 2.14,20,29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15; 18.43)


Cristo Revelado
Além de apresentar Jesus como o Salvador do mundo, Lc dá os seguintes testemunhos sobre ele:


Jesus é o profeta cujo papel equipara-se ao Servo e Messias (4.24; 7.16,39; 919; 24.19)
Jesus é o homem ideal, o perfeito salvador da humanidade. O título “Filho do Homem” é encontrado 26 vezes no evangelho.
Jesus é o Messias. Lc não apenas afirma sua identidade messiânica, mas também tem o cuidado de definir a natureza de seu messianismo. Jesus é, por excelência, o Servo que se dispõe firmemente a ir a Jerusalém cumprir seu papel (9.31.51). Jesus é o filho de Davi (20.41-44), o Filho do Homem (5.24) e o Servo Sofredor (4.17-19, que foi contado com os transgressores (22.37).
Jesus é o Senhor exaltado. Lc refere-se a Jesus como “Senhor” dezoito vezes em seu evangelho.
Jesus é o amigo dos proscritos humildes. Ele é constantemente bondoso para com os rejeitados.


O Espírito Santo em Ação
Há dezesseis referências explicitas ao ES, ressaltando sua obra tanto na vida de Jesus quanto no ministério continuo da igreja.
Em primeiro lugar: a ação do ES é vista na vida de várias pessoas fiéis, relacionadas ao nascimento de João Batista e Jesus (1.35,41,67; 2.25-27), bem como no fato de João ter cumprido seu ministério sob a unção do ES (1.15). O mesmo Espírito capacitou Jesus para cumprir seu ministério.
Em segundo lugar: O ES capacita Jesus para cumprir seu ministério—o Messias ungido pelo ES. Nos caps 3-4, há cinco referencias ao Espírito, usadas com força progressiva. 1) O Espírito desce sobre Jesus em forma corpórea, como uma pomba (3.22); 2) Ele leva Jesus ao deserto para ser tentado (4.1); 3) Após sua vitória sobre a tentação, Jesus volta para a Galiléia no poder do mesmo (4.14) 4) Na sinagoga de Nazaré, Jesus lê a passagem messiânica: “O Espírito do Senhor está sobre mim...”(4.18; Is 61.1-2), reivindicando o cumprimento nele (4.21). Então, 5) evidência seu ministério carismático está repleta (4.31-44) e continua em todo seu ministério de poder e compaixão.
Em terceiro lugar: O ES, através de oração de petição leva a cabo o ministério messiânico. Em momentos críticos daquele ministério, Jesus ora antes, durante ou depois do acontecimento crucial (3.21; 6.12; 9.18,28; 10.21). O mesmo ES que foi eficaz através de orações de Jesus dará poder as orações dos discípulos (18.1-8) e ligará o ministério messiânico de Jesus ao ministério poderoso deles através da igreja (24.48.49).
Em quarto lugar: O ES espalha alegria tanto a Jesus como à nova comunidade. Cinco palavras gregas denotando alegria ou exultação são usadas duas vezes com mais freqüência tanto Lc como Mt ou Mc. Quando os discípulos voltam com alegria de sua missão (10.17), “Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no ES e disse...” (10.21). Enquanto os discípulos estão esperando pelo Espírito prometido (24.49), “adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a DEUS” (24.52-53)