2Coríntios

Autor: Paulo
Data: Cerca de 55 - 56 dC
Esboço de 2º Coríntios
I. Saudação 1.1-2
II. Explicação do Ministério de Paulo 1.3-7.16
Consolação e sofrimento 1.3-11
Mudanças de Planos 1.12-2.4
Perdoando o ofensor 2.5-11
Perturbação em Trôade 2.12-13
Natureza do ministério cristão 2.14-7.4
Deleitando-se com o relatório de Corinto 7.5-16
III. Generosidade ao dar 8.1-9.15
Macedônios e Jesus como exemplos 8.1-9
Cumprindo as boas intenções 8.10-12
Compartilhando recursos 8.13-15
Uma delegação honrada 8.16-24
Preparação conveniente do dom 9.1-5
Bênção de dar 9.6-16
IV. Defesa e uso da autoridade apostólica 10.1-13.10
Repreensão por avaliação superficial 10.1-11
Repreensão por comparações tolas 10.12-18
Zelo de Deus pela Igreja 11.1-4
Comparação com falsos apóstolos 11.5-15
Tolerância mal orientada dos coríntios 11.16-21
Jactância relutante de Paulo 11.22-12.13
Anúncio da terceira visita 12.14-13.10

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Contexto Histórico e Data
2Co reflete, de várias maneiras, o tratamento de Paulo com a Igreja de Corinto durante o período da fundação, por volta de 50 dC, até a redação desta epístola, em 55 ou 56 dC. Os vários episódios na interações entre Paulo e os coríntios podem ser resumidos conforme a seguir:
A visita de Fundação a Corinto durou cerca de dezoito meses. At 18
Paulo escreveu um epístola anterior a 1Co . (1Co 5.9)
Paulo escreveu 1Co em Éfeso por volta de 55 dC
Uma breve porém dolorosa visita a Corinto causou “tristeza” a Paulo e à igreja (2Co 2.1; 13.2)
Depois dessa dolorosa visita, Paulo escreveu um epístola severa, entregue por Tito (2Co 2.4; 7.6-8)
Paulo escreveu 2Co da Macedônia, durante seu caminho de volta a Corinto, em 55 ou 56 dC
A visita final de Paulo a Corinto (At 20), provavelmente, tenha ocorrido quando ele escreveu Rm, pouco antes de voltar a Jerusalém. A visita dolorosa, que At não registra, e a carta severa fornecem pano de fundo imediato para a redação de 2Co.
Não possuímos a epístola Severa, embora alguns estudiosos tenha sugerido que 2Co 10-13 possa ter sido parte dela. Entretanto, não há evidências manuscritas que fundamentos esse ponto de vista.
Características
2Co é a mais autobiográfica das epístola de Paulo, contendo inúmera referências às dificuldades que ele enfrentou no curso de seu ministério (11.23-33). Paulo as menciona para estabelecer a legitimidade de seu ministério e para ilustrar a natureza de verdadeira espiritualidade.
Ao defender seu ministério, Paulo abre seu coração, mostrando sua profunda emoção. Ele revela o seu forte amor pelos coríntios, seu zelo ardente pela glória de Deus, sua lealdade inflexível à verdade do evangelho e sua indignação implacável ao confrontar aqueles que rompem o companheirismo da igreja. Sua vida estava inseparavelmente leigada à de seus convertidos, e ele não era profissionalmente frio em seu ministério ( 1.6; 5.13; 7.3-7;11.2; 12.14-15).
Conteúdo
2Co consiste de três partes principais. Os primeiros sete capítulos contêm a defesa de Paulo sobre a sua conduta e o seu Ministério. A segunda parte, caps. 8-9, trata da oferta sendo levantada por Paulo para os santos pobres da Judéia e a Terceira parte, os caps 10-13, contêm uma mensagem de reprimenda aos caluniadores existentes na igreja.
Cristo Revelado
Jesus é o foco de nosso relacionamento com Deus. Todas as promessas de Deus para nós são sim em Jesus, e dizemos “amém” à estas promessas (1.9-20). Jesus é o Sim de Deus para nós e nosso Sim para Deus. Nós vemos a glória de Deus somente em Jesus e só nele somos transformados por essa glória (3.14,18), pois Cristo é a própria imagem de Deus (4.4-6). Deus veio até nós em Cristo, reconciliando o mundo consigo (5.19). Portanto, é “em Cristo” que nos tornamos novas criaturas (5.17). Essa mudança foi realizada através do maravilhoso ato de graça de Deus, no qual Cristo, “que não conheceu pecado”, tornou-se “pecado por nós, para que, nele, fossemos feitos justiça de Deus”(5.21).
Ele também é o foco de nosso serviço a Deus. Proclamamos a Jesus como Senhor e nós mesmo como servos por seu amor a ele (4.5). Nós compartilhamos não apenas a vida e a glória de Cristo, mas também sua morte (4.10-12), sua disposição de ser fraco de modo que os outros pudessem experimentar o pode de Deus (13.3-4,9), e a sua disposição de empobrecer, de modo que os outros pudessem enriquecer (8.9). Nós experimentamos sua fraqueza, mas também sua força, à medida que procuramos levar “cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (10.5)
Mais uma vez, Ele é o foco de nossa presente vida neste mundo, onde experimentamos simultaneamente em nosso corpo mortal “a mortificação do Senhor Jesus” tanto quanto sua vida (4.10-11).
Por fim, Jesus é o foco de nossa vida futura, pois seremos ressuscitados com Jesus (4.14), que é o “marido” da igreja (11.2) e o juiz de todos os homens (5.10).
O Espírito Santo em Ação
O ES é o poder do NT (3.6), pois ele torna real para nós as ~provisões presentes e futuras de nossa salvação em Cristo, através do dom do “penhor do Espírito em nossos corações”, nós asseguramos que todas as promessas de Deus são Sim em Cristo e que somos ungidos e “selados” como pertencendo a ele (1.20-22). A experiência presente do Espírito é especificamente um “penhor” do corpo glorificado que receberemos um dia (5.1-5).
Nós não apenas lemos a respeito da vontade de Deus na “letra” das Escrituras, pois “a letra (sozinha) mata”. O Espírito que vivifica (3.6) muda nossa maneira de viver abrindo nossos olhos à realidade viva que lemos. Portanto, experimentamos progressivamente e incorporamos a vontade de Deus e nós mesmo nos tornamos epístolas de Cristo, “conhecida e lida por todos os homens” (3.2).
Quando nos submetemos à obra do ES, experimentamos um milagre. Achamos que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (3.17). Há liberdade pra contemplar a glória revelada do Senhor e para nos transformarmos mais e mais de acordo com a imagem que contemplamos. O ES nos dá liberdade para vermos e liberdade para sermos o que Deus quer que sejamos (3.16-18).
A obra do ES é evidente na renovação interna diária (4.16), no conflito espiritual (10.3-5) e nos “sinais, prodígios e maravilhas” do ministério de Paulo (12.12). Paulo terminou sua epístola com uma bênção, que incluía a “comunhão (companheirismo) do ES” (13.13). Isso poderia indicar um sentido da presença do Espírito ou, mais provavelmente, um deleite de companheirismo que o Espírito nos dá com Cristo e com todas as pessoas que amam a Cristo.