Análise nº 59
Palavra-chave: "Fé" - "Obras" - "Cumpridor"
Mensagem: A fé manifestada pelas obras.
INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR: Indeterminado. Há, no Novo Testamento, três personagens preeminentes chamados Tiago. Em geral aceita-se que o Tiago, chamado por Paulo de "o irmão do Senhor", (Gálatas 1:19), foi o autor da carta. DESTINATÁRIOS: Aparentemente os judeus convertidos que viviam fora da Terra Santa, ou também, aos judeus devotos da Dispersão, 1:1. TEMA PRINCIPAL: A religião prática, manifestada nas boas obras, em contraste com a simples profissão da fé.
CONFLITO DOUTRINÁRIO APARENTE ENTRE PAULO E TIAGO.
Qualquer suposto conflito doutrinário entre esta carta e a de Romanos é puramente imaginário. Paulo, acossado por mestres do judaísmo nas igrejas, naturalmente deu grande ênfase à justificação pela fé sem as observâncias cerimonias. Todavia, quando ele escreveu a Tito, o tema principal de sua carta foi: a importância das boas obras, mostrando deste modo uma perfeita harmonia com os ensinos de Tiago. É evidente que este último, quando parece depreciar a fé, se refere apenas ao assentimento intelectual da verdade e não à "fé salvadora a que se refere Paulo".
Observação Importante... Para Paulo e para o ensino bíblico, todos são pecadores, todos são indignos para serem considerados justos por suas obras; em si mesmos, ninguém é capaz de agradar a Deus com sua contribuição, com sua ação... toda boa obra que o salvo realiza, não vem de sua habilidade pessoal, Efésios 2:10, vem da ação da Graça de Deus, portanto, é mérito só do Senhor, e mais ninguém. Tiago está errado quando afirma que Abraão foi justificado por suas obras, Paulo está certíssimo quando afirma que jamais Abraão foi justificado pelas obras.
SINOPSE:
Esta carta não se presta facilmente a uma análise, mas a maior parte do texto pode ser dividido em dois títulos, a religião verdadeira, e a religião falsa.
I. Características da religião verdadeira.
· (1) Gozo e paciência no meio das provas, vs. 2-4. · (2) Fé constante e firmeza de ânimo, vs. 5-8. · (3) Aceitação das provisões divinas da vida, vs. 9-11. · (4) Suportar a tentação, v. 12. · (5) Reconhecer as fontes da tentação e os resultados de se ceder a ela, vs. 13-15. · (6) Reconhecer a fonte divina de todas as bênçãos, vs. 16-18. · (7) O ouvido espiritual, o cuidado ao falar e a paciência diante da provocação, vs. 19-20. · (8) O abandono de toda maldade, e o recebimento com mansidão da verdade salvadora, v. 21. · (9) A busca da verdade e a sua prática, v. 25. · (10) A generosidade prática e a pureza, v. 27. · (11) As boas obras.
o (a) Como uma demonstração de fé, v. 18. o (b) Cooperando com a fé e aperfeiçoando-a, vs. 21-25. II. Características da falsa profissão de fé.
· (1) Ouvir a Palavra com indiferença e negligência, vs. 22-24. · (2) A religião vã, acompanhada por uma língua indomável, v. 26. · (3) O favoritismo, que honra ao rico e despreza ao pobre, vs. 1-9. · (4) A obediência parcial da lei, 10-12. · (5) A inclemência, v. 13. · (6) A simples profissão de fé, desacompanhada de atos de misericórdia e ajuda, vs. 14-16. · (8) O assentimento intelectual da verdade, sem uma mudança de caráter, vs. 19-20. · (9) A língua indomável e sua influência destruidora, vs. 1-8. · (10) Louvores e maldições procedentes de uma mesma boca, vs. 9-12. · (11) A inveja, a ambição egoísta e a sabedoria satânica, vs. 14-16. · (12) O combate e as paixões perversas, vs. 1-2. · (13) As orações não respondidas e o mundanismo, vs. 3-4. · (14) O orgulho, a obstinação, a impureza, o duplo ânimo e a impenitência, vs. 5-9. · (15) A calúnia e o juízo injusto, vs. 11-12. · (16) A presunção ao planejar negócios futuros, vs. 13-16. · (17) A negligência do dever conhecido, v. 17. III. Advertências, exortações e instrução.
· (1) Advertências contra o rico.
o (a) Acerca de sua futura miséria, vs. 1-2. o (b) Acerca de sua riqueza acumulada e da retenção do salário do pobre, vs. 3-4. o (c) Acerca de sua busca do prazer e da perseguição do justo, vs. 5-6. · (2) Exortações acerca da vinda do Senhor.
o (a) Devemos ser pacientes e constantes, sem nos queixarmos uns contra os outros, vs. 7-10. o (b) Devemos seguir o exemplo dos profetas e de Jó, de sofrer pacientemente, vs. 10-11. o (c) Devemos refrear-nos completamente de jurar, v. 12. · (3) Instruções acerca da oração, da confissão das ofensas, e do ganhar almas.
o (a) A oração nos tempos difíceis e em favor dos enfermos, vs. 13-15. o (b) A confissão das ofensas e a oração intercessora, v. 16. o (c) A oração eficaz, ilustrada por Elias, vs. 16-18.
O AUTOR
· Sem dúvida, Tiago, o irmão do Senhor, foi o autor. três homens, chamados Tiago, são mencionados no Novo Testamento:
o O filho de Zebedeu,
o O filho de Alfeu,
o Tiago, o justo irmão do Senhor, que é o escritor desta carta.
· Era um forte antagonista de nosso Senhor, quando do seu ministério terreno; mas, converteu-se num encontro especial, íntimo, com O ressuscitado. (I Coríntios 15:7) Tornou-se um homem de oração e foi nomeado Bispo da Igreja em Jerusalém, (Atos 15:13-21, Gálatas 2:9) e foi assassinado pelos judeus no ano 62 A.D. O ESTILO
· A epístola foi escrita por um judeu para os cristãos judeus e, nela há bastante que é peculiarmente judaico, no seu estilo e no seu espírito.
· Uma particularidade da epístola é o próprio caráter de Tiago. Rigoroso e severo, assemelhava-se muito aos profetas do Velho Testamento. Seu estilo é breve, ousado e incisivo, fazendo dele um homem admirável em metáforas: 1:6,10,17,18,21,23 - 5:5. O TEMPO
Pelas evidências internas, as autoridades no assunto, concordam, cada vez mais, que em Tiago temos a primeira das epístolas do Novo Testamento. Calcula-se ter sido escrita entre os anos 45 e 53 A.D. - Isto é muito importante fixar, levando-se em conta que muitos tem declarado que, Tiago escreveu sua epístola para combater o ponto de vista que Paulo defendeu: a justificação pela fé; amplamente desenvolvido na carta aos Romanos. No entanto, a epístola de Tiago foi escrita alguns anos antes da que Paulo escreveu aos Romanos.
O PROPÓSITO
· Os cristãos judeus atravessaram um período de provas acerbas e tentações terríveis, e Tiago escreve para animá-los e para confortá-los.
· Sucediam-se grandes desordens nas Assembléias cristãs judaicas e ele escreve para instruir as mesmas.
· Havia a tendência de divorciarem a fé das obras. "Uma verdadeira epístola de feno" disse Lutero, referindo-se naturalmente, à "palha" de I Coríntios 3:12, "não tendo o verdadeiro caráter evangélico". Lutero era incapaz (devido ao seu ligeiro ponto de vista da epístola) de harmonizá-la com a elevada doutrina da qual se tornou seu campeão, porém, anos depois, percebia diferentemente e,, aceitava que, em verdade, Tiago era o complemento de Romanos. - A prova de que sou justificado pela fé só a demonstrarei pelas minhas obras. O CONTEÚDO
· Há pouca doutrina, nesta epístola, mas, muito de prática e de moral. Tiago, soube ser muito prático, vivia o que pregava. Este é o livro do viver santo.
· Seu verso chave é, 2:26. Na verdade, um tratado muito prático sobre a fé, sua natureza e obra. Parece, à primeira vista, tão fragmentada e desconjuntada como Provérbios, porém, um estudo mais apurado, revela discernimento em belíssima ordem. ANÁLISE
(1) SAUDAÇÃO - Cap. 1:1
· Notar sua humildade não fazendo nenhuma referência à sua relação com Jesus.
· Quando se refere a Jesus, o faz com reverência e devoção!
Isto é digno de nossa atenção, pois, muitas vezes, a familiaridade produz a falta de respeito.
(2) A FÉ DEMONSTRADA E PROVADA PELAS - Cap. 1:2 - 21
TENTAÇÕES
· Tem em conta que a tentação é uma gloriosa oportunidade para por a prova a nossa fé, 2-4. · Para ter sabedoria afim de enfrentar as tentações, quando prejudicado ou insultado, pedi-la a Deus, 5-17. · O homem que "sofre a tentação" e vence essa provação, é bem-aventurado, 12. · Tentações para o mal, não vem de Deus, 13-18. · Sob a provação, sede tardios em falar, 19-21. (3) A FÉ DEMONSTRADA PELAS - Caps. 1:22 - 2
OBRAS
· Não nos enganemos:
o a respeito de Deus, 16. · Acepção de pessoas não é apenas descortesia para com o pobre, mas, é pecado, 2:1-12. · Em 2:14-26, temos o coração da epístola, mostrando que, a fé, quando viva e real, se evidência pelos seus frutos. (4) A FÉ DEMONSTRADA PELAS - Cap. 3
PALAVRAS
· "É muito notável nesta carta a revelação de que havia muita maledicência, violenta e arrogante entre os cristãos judeus: bastante discussão, cheia de ira e contenção amarga".
· Aqui, ele revela que uma das provas de sermos justificados é nas nossas - Palavras - essas dirão aquilo que somos e a quem pertencemos.
(5) A FÉ DEMONSTRADA PELA - Cap. 4
VIDA SEM MUNDANISMO
· O mundo é uma ordem de coisas ao nosso redor, ou, aquele espírito em nós, que é cego e surdo ao valor da realidade das coisas espirituais, e indiferente à vontade de Deus.
· A separação do mundo aparece aqui como uma prova infalível de que somos justificados, e que possuímos uma fé real que salva em Cristo.
· Observar: "Sujeitai-vos, pois, a Deus" antes de "resisti ao diabo".
(6) A FÉ DEMONSTRADA PELA NOSSA PACIÊNCIA, DEBAIXO DE - Cap. 5:1-12
INJUSTIÇA CRUEL
· Evidentemente, muitos, entre os humildes cristãos, eram oprimidos pelos ricos e defraudados nos seus salários.
· A fé em Cristo e em Sua vinda, nos confortará e nos dará paciência nos sofrimentos inevitáveis.
· Isto, hoje, tem sua aplicação.
· O "justo" (v. 6) o maior exemplo! (7) A FÉ DEMONSTRADA PELOS EFEITOS DE NOSSAS FERVOROSAS - Cap. 5:13-20
ORAÇÕES
· A tradição diz, com respeito a Tiago, que seus joelhos, se tornaram grossos e duros como os do camelo, devido a seu habito, constante de orar.
· Praticava o que pregava.
· Notar, quão abruptamente termina a epístola.
Não se encontraria nota mais impressionante para a concluir.