Análise nº 47
Palavra-chave: Conforto, Ministério
Mensagem: 1. O Conforto: Sua natureza e dispensação 2. O Ministério: Sua mensagem e desempenho
INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR: Paulo, o apóstolo.
TEMA PRINCIPAL: Embora este pareça oculto, infere-se do texto que Paulo tinha em mente, enquanto escrevia, a pretensão de defender seu apostolado.
Ambas as cartas aos coríntios indicam a existência nesta igreja de um elemento que pretendia desacreditar o ministério e a autoridade de Paulo. Percebe-se tal tendência nos textos da cadeia chave que aparece mais adiante.
CONTEÚDO: Esta é uma das cartas mais pessoais de Paulo. Nela ele fala principalmente de seu próprio ministério. Abre seu coração e revela seus motivos, sua paixão espiritual, e seu entranhável amor pela igreja.
SINOPSE:
Não há divisões definidas de pensamento na carta, mas o tema pode ser classificado sob três títulos.
I. As características do ministério do apóstolo.
· (8) O amor a Cristo é o motivo predominante, 4:11; 5:14. · (12) Demonstrando em seriedade, nas aflições e nas boas obras, 5:13; 6:4-10; 12:12. II. Exortações e instruções acerca da generosidade, caps. 8-9. III. O apostolado de Paulo.
· (3) Autenticado:
o (b) Por um sofrimento sem igual pela causa de Cristo, 6:4-10; 11:23-27. o (c) Pelas revelações maravilhosas que recebeu, 12:1-5. o (d) Pelas grandes obras que realizou, 12:12. PORÇÕES SELETAS
· (1) O ministério ideal, 4:1-18. · (2) O triunfo sobre a morte, 5:1-9. · (3) O chamado à separação do mundo, 6:14-18. · (4) A lista dos sofrimentos que Paulo suportou, 11:24-33.
AS CIRCUNSTÂNCIAS
Depois de escrever a primeira epístola aos Coríntios e tê-la enviada por intermédio de Tito, Paulo deixou Éfeso, sendo sua partida um tanto acelerada por um tumulto (Atos 19:23-41). Seguiu em direção à Troas, pregando por onde passasse, tendo combinado encontrar-se, no caminho, com Tito quando voltasse de Corinto. Em Troas, Paulo foi muito usado por Deus, porém a volta de Tito, por demais atrasada, o perturbou grandemente, tal era a sua ansiedade por ouvir da recepção e dos resultados da sua primeira carta. Assim, não resistindo mais, Paulo se dispõe a atravessar o Mar Egeu e vai ao seu encontro. Eventualmente, encontraram-se em Filipos (II Coríntios 2:12, 13; 7:5,6). Aí, provavelmente, Paulo adoeceu (II Coríntios 1:8-10). O PROPÓSITO
Paulo ouviu de Tito que sua carta alcançara o seu propósito. Tanto a igreja como o culpado estavam plenamente arrependidos. (II Coríntios 7:7-16; 2:1-11). Porém, do mesmo Tito, Paulo recebeu a informação de que um novo perigo invadia a igreja: - profetas judaicos munidos com cartas de apresentação da igreja de Jerusalém, tinham vindo a Corinto, pregando outro evangelho e censurando o apostolado de Paulo, de tal sorte que, desse movimento, surgiu um partido hostil a ele. (3:1-3; 4:2; 10:10; 11:1-4; 12; 13). Daí o escrever esta segunda carta. · Ele explica porque não os tinha visitado ainda. (1:15-24; 2:1-3) · Ele os louva por terem acatado sua primeira carta. (7:4-15) · Ele aconselha a restauração do transgressor arrependido. (2:6-9) · Ele previne aos que ainda não se arrependeram. (12:21; 13:2) · Ele defende seu apostolado, (12 conf. cap.11) e exorta-os a dar a contribuição prometida aos irmãos pobres de Jerusalém. (8:10-11) A REVELAÇÃO DE PAULO
Esta segunda carta aos coríntios, contém mais da história de Paulo, do que as demais epístolas. De fato, é uma revelação de Paulo, ele mesmo É, certamente, uma manifestação da profundeza e grandiosidade, da força de seu amor; e o segredo é 5:14. Isto revela que, as vezes sofria da fraqueza do corpo (1:8-10; 12:7-9); e, não é de admirar quando evoca os seus trabalhos, seus sofrimentos, suas privações, (11:23-33) nos caps.10:10 e 11:6, dão-nos um pouco de conhecimento a respeito de sua aparência e fala. No cap. 12, revela um segredo que guardava há 14 anos. A MENSAGEM
A epístola contém muitas metáforas brilhantes e elucidativas, (2:15; 3:3; 18; 4:7; 5:20) além de declarações sugestivas aos pregadores. Sua mensagem especial é dupla. As duas palavras que, com mais freqüência se encontram, são: Conforto e Ministério, e o estudo dessas palavras formam leituras bíblicas edificantes. · Conforto: fonte, 1:3; propósito, 1:4; compensações, 1:5; dever cristão, 2:7; como, as vezes, Deus conforta, 7:6,7,13; ordem imperativa,13:11. · Ministério: Satanás te o seu, 11:15; Deus tem o seu, 6:4; mensagens, 4:5, 1:19, 2:12; um ministério espiritual e glorioso, 3:6-8; conduz para a transformação do caráter, 3:3; ajuda-nos a não desfalecermos, 4:1; é um ministério de reconciliação, 5:18; necessita cuidado, 6:3. OS PONTOS
Esta epístola, por muitas razões, é notável. Muitas vezes Deus é apresentado como o Todo Poderoso no Velho Testamento, mas, como tal só dez vezes se refere a Ele no Novo Testamento, sendo nove no Apocalipse e uma nesta carta, (II Coríntios 6:18). Outro ponto, e dos mais notáveis, é que a epístola nos fornece a fórmula da bênção mais usual, e com a qual se encerra a maior parte das reuniões cristãs. (II Coríntios 13:14) A ANÁLISE
É quase impossível analisar esta epístola por ser o menos sistemático dos escritos de Paulo. Assemelha-se a um rio, (geralmente africano) que, por um pouco de espaço, corre mansamente, (e espera-se analisá-la satisfatoriamente) mas, de repente, se atira numa queda enorme, (quando as profundezas do seu coração são quebrantadas). Contudo, cabem bem três divisões.
(1) EXPLANAÇÃO - Caps. 1 - 7
Paulo explica a razão da sua demora em visitá-los, porque falou tão claro e enérgico na sua primeira carta, porque estava ansioso por eles, e, relata os seus sofrimentos
(2) EXORTAÇÃO - Caps. 8 - 9
Paulo os exorta a cumprir, de pronto, a promessa feita em contribuírem para socorrer os irmãos necessitados, em Jerusalém, revelando-lhes como se gabara deles às igrejas da Macedônia, nesse particular.
(3) REIVINDICAÇÃO - Caps. 10 - 13
Uma diferença no estilo do apóstolo pode ser notada nesta divisão: há rigor e ironia quando ele reivindica para o seu apostolado todo o respeito que merece, provando o direito que lhe assiste em assim proceder.