Esboço de Jó

Análise nº 18
Palavra Chave: “Provação”.
Mensagem: As provações e sofrimentos, às vezes, nos sobrevêm para nossa instrução; nem sempre para castigo.
Versos chaves: 1:9 com Tiago 5:11
TEMA PRINCIPAL: 
O problema da aflição de Jó. O livro é poético e pictórico em suas descrições, podendo ser dividido em doze cenas.
CENA 1: Jó e sua família antes da aflição. Jó aparece como um pai piedoso, não prejudicado pela prosperidade, ministrando como sacerdote de sua numerosa família, 1:5.
CENA 2:
·       (a) Satanás entra na presença divina, e insinua que Jó serve a Deus por causa de favores especiais, 1:9-11.
·       (b) Deus permite a Satanás provar a Jó com a perda de suas possessões e de seus filhos, 1:12-20.
·       (c) Jó retém a sua integridade, 1:21-22.
CENA 3:
·       (a) Satanás volta à presença divina, declarando que se Jó fosse afligido no próprio corpo ele amaldiçoaria a Deus, 2:1-5.
·       (b) Deus permite que Satanás atinja Jó com horrível enfermidade, 2:7-8.
·       (c) O conselho blasfemo de sua esposa e a submissão triunfante de Jó, 2:9-10.
CENA 4: A chegada dos três amigos de Jó e os sete dias de silenciosa condolência, 2:11-13.
CENA 5: A paciência de Jó começa a acabar, e ele expressa sua queixa, cap. 3.
CENA 6: Amargas e infrutíferas discussões acerca das aflições de Jó entre este e seus três amigos. Seus amigos sustentam que o sofrimento é o resultado de pecado pessoal. Jó se defende e mantém a sua inocência, caps. 4-31.
CENA 7: Eliú entra na discussão, caps. 32-37.
CENA 8: De um redemoinho o Senhor responde a Jó com palavras de luz e repreensão, caps. 38-39.
CENA 9: A confissão de Jó, 40:3-5.
CENA 10: O Senhor fala pela segunda vez, 40:7 -41:34.
CENA 11:
·       (a) A segunda confissão de Jó, 42:1-6.
·       (b) O Senhor repreende a Elifaz, a Bildade e a Zofar por suas palavras insensatas e ordena-lhes que ofereçam sacrifícios, 42:7-9.
CENA 12: Jó ora por seus amigos; sua própria prosperidade é restaurada e morre em avançada idade, 42:10-17.
LIÇÕES SUGERIDAS
·       (1) O maligno poder de Satanás na vida humana.
·       (2) O uso do sofrimento no plano divino como um meio de aperfeiçoar o caráter.
PORÇÕES SELETAS: 
O discurso de Jó sobre a sabedoria, cap. 28.
OPINIÕES

Na opinião de muitos, o Livro de Jó é o mais notável das Sagradas Escrituras. Tennyson considera-o como “o maior poema das antiga e moderna literaturas”. Lutero disse ser “o mais magnífico e sublime entre os demais livros das Escrituras”. Carlyle escreveu: “eu acho em Jó uma das maiores coisas jamais escritas por uma pena”.
A DATA

Dos livros conhecimentos, é o mais antigo. Deve ser sido escrito mais ou menos nos tempos de Jacó.
Notar:
(1) silêncio total dos disputantes sobre os milagres, atinentes ao Êxodo;
(2) a longa vida de Jó, o coloca na era dos patriarcas;
(3) Jó era o sumo sacerdote na sua família, o que não seria admissível, dadas as prescrições cerimoniais de Êxodo, caso ele tivesse vivido a esse tempo ou depois;
(4) Elifaz era descendente do filho mais velho de Esaú, chamado Elifaz, o qual tinha um filho chamado Temã - Gên. 36:10,11.
O AUTOR

Desconhecido, Jó 32:17 (notar o “eu”) parece mostrar que Eliú o escreveu. Embora escrito em estilo de poesia (com exceção dos primeiros dois capítulos e parte do último) Jó e as outras pessoas eram reais, portanto o livro cita fatos, e não é ficção.
LUGAR: A terra de Uz.
MENSAGEM

Incidentalmente, revela como eram vastos os conhecimentos teológicos e a cultura intelectual dos dias patriarcais. Quase toda doutrina importante se encontra neste livro e, adicionadas de verdades científicas somente descobertas, com precisão, em nossos dias. Mas, a mensagem do livro fala do mistério do sofrimento. Julgava-se, então, que todo o sofrimento decorria do pecado pessoal. A falha de Deus, aparente, em não recompensar Seus servos e castigar Seus inimigos, como mereciam, era um problema que punha sempre ã prova, a fé dos santos do Velho Testamento. Assim, à vista do sofrimento cruel de Jó, os seus amigos deduziram ter ele pecado grandemente. Embora o livro não dê sua última palavra no assunto, no entanto, faz luz sobre o mistério do sofrimento e da dor; provando, como em Jó, que o sofrimento é permitido por Deus, não como castigo, mas, como teste revelador do caráter, para educar e instruir. Os antigos perguntavam: - “Como, este homem, pode ser justo se sofre tanto?”. Nós cristãos, perguntaríamos: - “Como, este homem, pode ser piedoso se nada sabe do sofrimento?” - A melhor resposta dada ao porquê do sofrimento do crente é: - “para sermos participantes da sua santidade”. Hebreus 12:10.
ANÁLISE

1) Jó antes da prova - Cap. 1:1-5
a) Lugar: Uz, falado em Lamentações 4:21, idêntico a Edom.
b) Pureza. (1:1)
c) Prosperidade (1:2-4)
d) Popular (Cap. 29)
e) Piedoso. (1:5) No verso 4 notemos que os filhos tinham suas próprias casas.

Notar: Jó buscou acesso a Deus através do sangue do sacrifício. (1:5)
2) Satanás e o mistério da dor - Cap.1:6 - 2:10
a) Admissão na corte do Céu. (1:6)
b) Inquietação. (1:7)
c) Poder: sua extensão e limite
d) Teoria: que Jó era bom somente por interesse
e) Declaração: que o sofrimento aniquilaria a piedade de Jó.
f) A teoria supra provada falsa.

Notar: “Os filhos de Deus”, no verso 6, em conexão com 38:7 revelam-se como anjos.
3) O fim da paciência de Jó - Cap. 2:11-3
a) Termina a paciência de Jó e se inicia sua queixa.
b) Embora não amaldiçoasse a Deus, amaldiçoou o dia de seu nascimento, envolvendo em suas maldições o que Satanás citara como suas bênçãos (1:10-3:23)

Notar: Os “sete dias e sete noites” de 2:13 é o período de grande luto.
4) A calorosa e infrutífera discussão filosófica sobre o mistério do sofrimento, entre Jó e seus quatro amigos. Caps. 4-27
a) Concordam os 3 amigos de Jó, nos seus argumentos quando dizem que todo o sofrimento deriva do pecado pessoal, portanto, a grande tribulação de Jó provava, ser ele, um grande pecador e um refinado hipócrita.
b) Nos primeiros discursos dos 3 amigos, esta suposição veio em primeiro lugar e cada um dos três termina com um apelo para que Jó se arrependa do seu pecado para que volte a prosperar.
c) Na segunda série de discursos, cada um trata, exclusivamente, dos terríveis sofrimentos e o fim dos ímpios.
d) A terceira série de discursos, assemelha-se à primeira.
e) Elifaz prova seus argumentos pela revelação recebida em sonho. Bildade se apoia em velhos provérbios que lera ou ouvira (como em 8:2-13) e Zofar pela experiência e raciocínio.
f) Embora Jó concorde com os argumentos apresentados, protesta sua inocência, e no Cap. 21 apresenta um novo argumento: os ímpios, muitas vezes, vivem em prosperidade.
g) O quarto amigo, Eliú, mais se aproxima da verdade - cap. 33 - quando diz que: o sofrimento tem de ser considerado, às vezes, como disciplina de Deus para restaurar ou instruir uma alma.
5) Jeová e o mistério do sofrimento - Caps. 38-41
a) Admiramos, antes de tudo, por aquilo que Deus não disse. Até aqui o livro tem sido um longo argumento, se bem que, o argumento mesmo não existe. É como se os mistérios da divina providência não devessem ser resolvidos por demonstrações lógicas. O coração não entra em repouso pelo caminho das forças intelectuais.
b) Os pensamentos de Jó, voltaram-se de si para Deus. Se não podia explicar os fatos mais simples e conhecidos (história natural ou ciência) como julgar-se capaz para explicar o mistério dos caminhos divinos.
c) O fato de Deus não explicar o mistério do sofrimento, nos ensina que Ele apela para a nossa confiança..
6) Jó e “o propósito de Deus” - Cap. 42
a) e qual foi o propósito de Deus em permitir que Jó sofresse?
primeiro: revelar o caráter de Jó
segundo: lição objetiva. “O quadro negro de Deus”.
terceiro: manifestar um pecado oculto do qual Jó não era ciente: justiça própria.
b) o verso 6 é sempre a linguagem do verdadeiro arrependido.
c) Notar: a força do verso 10.