Esboço de Colossenses

Análise nº 50
Palavra-chave: 3:11 e 1:18
Versos-chave: 2:8 
Mensagem: A Suprema Glória e dignidade de Cristo.
INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR Paulo, o apóstolo.
DATA: Provavelmente escrita em Roma, ano 60-64 d.C.
A QUEM FOI DIRIGIDA? à igreja em Colossos, uma cidade da Ásia Menor.
PROPÓSITO:
·       (1) General, uma mensagem de boa vontade, para exortar e ensinar os crentes.
·       (2) Especial, para contestar erros doutrinários que surgiam da mescla de ensinos do judaísmo com a especulação oriental e filosófica. Estas heresias tendiam a obscurecer a glória divina de Cristo.
CARACTERÍSTICAS: A carta tem uma aparência considerável com Efésios, tanto nos conceitos como na linguagem. Sem dúvida, tem uma mensagem distintiva própria. Em Efésios, Paulo enfatiza a igreja como o corpo de Cristo, enquanto que em Colossenses ele ressalta a Cristo como cabeça da igreja.
A advertência contra a confiança na sabedoria mundana que aparece em 1 Coríntios também aparece em Colossenses.
SINOPSE: A carta pode ser dividida em seis partes.
I.
·       (1) Saudação apostólica e recomendações , vs. 1-8.
·       (2) Oração pela igreja.
o   (a) Para que seja cheia de sabedoria, frutifique em toda boa obra, e seja fortalecida com o poder divino, vs. 9-11.
o   (b) Dando graças pela herança espiritual, a grande libertação, e a redenção dos pecados, vs. 12-14.
II. A seção doutrinária. Tema principal, a glória da pessoa e a obra de Cristo.
·       (1) Sua preeminência gloriosa.
o   (a) Como a imagem de Deus, v. 15.
o   (b) Ele é o criador de todas as coisas, v. 16.
o   (c) Sua preexistência, v. 17.
o   (d) Como cabeça da igreja, v. 18.
o   (e) Sua plenitude divina, v. 19.
o   (f) Sua obra reconciliadora, vs. 20-23.
o   (h) O mistério da habitação de Cristo nos crentes é proclamado no ministério de Paulo, vs. 24-29.
·       (2) A preocupação de Paulo acerca do estado da igreja.
o   (a) Para que os membros possam estar unidos em amor, tendo um conhecimento mais completo dos mistérios espirituais do Pai e de Cristo, vs. 1-3.
o   (b) Adverte contra falsas doutrinas e exorta a ter uma fé constante em Cristo, vs. 4-7.
III. Seção doutrinária e polêmica.
·       (1) O perigo da filosofia mundana e o legalismo, v. 8.
·       (2) A glória transcendente de Cristo e o poder de suas ordenanças espirituais, em contraste com as do sistema cerimonial, vs. 4-13.
·       (3) O poder libertador da cruz de Cristo para abolir o antigo cerimonialismo, vs. 14-17.
·       (4) Advertências acerca do culto aos anjos e o misticismo falso, que não reconhece a Cristo como cabeça da igreja, vs. 18-19.
·       (5) Advertências contra o cerimonialismo e o ascetismo, vs. 20-23.
IV. Seção de exortações.
·       (1) As aspirações e inclinações celestiais, vs. 1-4.
·       (2) A subjugação das concupiscências e dos desejos carnais, vs. 5-7.
·       (3) A deixar de lado as paixões e os vícios mundanos, e a revestir-nos das graças e virtudes cristãs, vs. 8-14.
·       (4) A ser governados por um espírito de paz, unidade e gratidão, v. 15.
·       (5) A buscar a verdade para que sejamos ajudados mutuamente na instrução, na admoestação e no louvor. A fazer todas as coisas no nome de Cristo, vs. 16-17.
V. Seção familiar.
·       (1) Os deveres dos diferentes membros do lar cristão: esposas, esposos, filhos, pais, escravos e senhores, 3:18 -4:1.
VI. Seção do companheirismo.
·       (1) Pedido de Paulo para que orem por ele, e seus conselhos acerca da conduta social, vs. 3-6.
·       (2) Saudações finais e recomendação de trabalhadores, vs. 7-18.

A HERESIA EM COLOSSOS
1.  Paulo, na prisão de Roma, tinha um companheiro chamado Epafras, (Filemon 23). Quando este homem se converteu não o sabemos - provavelmente durante os 3 anos de ministério de Paulo em Éfeso. Reconhecido que, Paulo não organizara a Igreja m Colossos, (veja 1:4, 7, 8 e 2:1) admite-se que Epafras o fizera. (1:74:12)
2.  Foi, por Epafras, que Paulo coube de que a heresia invadira Colossos. Que fosse, precisamente, a sua natureza é assunto que dá margem à discussão. Porém, a julgar pelo conteúdo da epístola, conclue-se que não passava de uma mistura, curiosa aliás, de Judaísmo, Ascetismo, com a adoração dos anjos, etc. A forma dessa heresia foi classificada assim: "A carne é essencialmente má, Deus é essencialmente santo; entre o essencialmente santo é o essencialmente mau, não pode haver comunhão. É impossível, afirma a heresia, para o essencialmente santo chegar-se ao essencialmente mau. Há um abismo intransponível, entre os dois que impede a intimidade entre ambos. A heresia, nesse caso, inventou um meio para transpor esse abismo, e pelo qual o Deus, essencialmente santo, pudesse ter comunhão com o estado essencialmente mau em que habitava a humanidade. Que fez, então, a heresia? Afirmara que, do essencialmente santo, Deus emanava um ente um pouco menos santo, deste, emanava um terceiro menos santo, e do terceiro, o quarto; e assim por diante, diluindo-se, gradativamente, a santidade e a divindade cada vez mais empobrecida, até que um apareceu, (Jesus), tão vazio de divindade, de santidade, e tão parecido com o homem que poderia chegar-se ao homem". (Jowett)
3.  Uma coisa é certa, como afirma o Bispo Moule: "Era uma doutrina de Deus e a salvação que fez baixar uma nuvem sobre a glória de Jesus Cristo diminuia a pessoa de Jesus Cristo". Esta heresia, como qualquer um pode ver,
o   destruiu a suprema soberania e realeza de Jesus Cristo. Ele foi destronado, despido de Sua divindade;
o   destruiu, também, a soberana vocação de Cristo como nosso único mediador, fazendo-O, apenas, um entre muitos mediadores.
O PROPÓSITO
Pode estudar-se esta epístola, com proveito, como um quadro da igreja, no qual, a soberania de Cristo como a Cabeça tem ênfase (1:182:10, 19) do cristão, (1:13, 14, etc) e do obreiro cristão, (4:7-13, etc). Porém, o objetivo supremo e o propósito da carta é pintar um retrato fiel do Senhor Jesus em toda a sua dignidade, divindade e glória.
ANÁLISE
É feita em duas divisões principais, casa qual sub-dividida em 3 seções.

(A) SEÇÃO DOUTRINAL
(1) GRAÇAS A DEUS pelo colossenses - caps. 1:1-8
·       Notai: primeiro é exercitado a fé, depois, a manifestação do amor, 4
·       No verso 8, temos a única menção do Espírito Santo na epístola.
(2) INTERCESSÃO pelos colossenses - caps. 1:9-14
·       Notar a expressão: "orar por vós". 9
·       Esta oração não tem um fim todo formal, mas, continua "numa adorável e gloriosa confissão da glória do Cristo de Deus".
(3) A SUPREMA DIGNIDADE, GLÓRIA E A INACESSÍVEL PREEMINÊNCIA DE JESUS, CONTEMPLADA SOB TODO O PONTO DE VISTA - caps. 1:15 - 2:3
Aqui está o coração da epístola. Não de um modo ditatorial, porém, mudo e solene. Paulo comove o coração e domina a alma, numa afirmação da glória de Cristo.
AQUI CRISTO É VISTO COMO "TUDO E EM TUDO"
·       Na Divindade - Igualdade com Deus - imagem de Deus, 15; habitação da plenitude, 19 e 2:9; e primogênito, 15, título de dignidade.
·       Na Criação - Criador do Universo, onde se vê que Ele é a causa, cabeça e fim do universo criado. Verso 16
·       Na Providência - Sustentador do universo, 17; Aquele que criou o universo, e por Sua atividade o sustenta até hoje.
·       Na Igreja - Em Efésios vemos o que o Corpo é para a Cabeça; em Colossenses o que a Cabeça é para o corpo, 18; enquanto em Efésios a ênfase está na Igreja como o Corpo, em Colossenses a ênfase está em Cristo como a Cabeça.
·       Na Redenção - 20-23, Ele é o único Redentor e Sua redenção é estendida a toda criatura.
·       No Ministério do Evangelho - 24-29, o mistério é: "Cristo em vós".

(B) SEÇÃO PRÁTICA
 
(4) AVISOS contra o erro e da heresia - caps. 2:4-23
São avisados contra:
·       Palavras persuasivas, 4
·       Filosofia vã, 8
·       Ritualismo, 16 e 17
·       Adoração de anjos, 18
·       Humilhações e abnegações vazias e vãs, 20-23
(5) UNIÃO COM CRISTO e seus resultados - caps. 3 - 4:6
Unidos com nosso Senhor, na ressurreição, temos:
·       A mente celeste, 1-3
·       A santa conivência no lar, serviço, e em todo o proceder em nossa vida, 4 - 4:6
(6) SAUDAÇÕES aos colossenses - caps. 4:7 até o fim
Que edificante e rica coleção de obreiros cristãos aparece aqui!
Notar as particularidades de cada um.