Análise nº 41
Mensagem: Jesus como O SERVO
INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR: Marcos, o filho de Maria, de Jerusalém, Atos 12:12. Uniu-se a Paulo e a Barnabé em sua primeira viagem missionária, Atos 12:25; 13:5. Antiga tradição afirma que Marcos foi um companheiro de Pedro, razão por que este livro é chamado de O Evangelho de Pedro por alguns escritores antigos.
É geralmente aceito que Pedro tenha proporcionado ou sugerido grande parte do material encontrado no livro.
DESTINATÁRIOS: Acredita-se que o escritor, ao preparar o seu livro, teve em mente os cristãos gentios.
Parece claro que não foi adaptado especialmente aos leitores judeus, pelo fato de conter poucas referências às profecias do Antigo Testamento. Ademais, a explicação de palavras e costumes judaicos indica que o autor tinha em mente os gentios.
TEMA PRINCIPAL: Cristo, o incansável servo de Deus e do homem.
A vida de Jesus é descrita como sendo cheia de boas obras.
Seu tempo de oração era interrompido, 1:35-37. Algumas vezes não tinha tempo nem para comer, 3:20. Pelo fato de atender a contínuos chamados para o serviço, seus amigos diziam que ele estava fora de si, 3:21. As pessoas o buscavam quando ele queria descansar, 6:31-34. PALAVRA CHAVE: Imediatamente, repetida através do livro.
PARTICULARIDADES: É o mais curto dos quatro evangelhos.
O estilo é vivo e pinturesco. Grande parte do tema está também em Mateus e Lucas, mas não se trata de simples repetição, pois Marcos contém muitos detalhes que não aparecem nos outros evangelhos.
Como o Evangelho de João, Marcos também começa com uma declaração da divindade de Jesus Cristo, sem, contudo, se estender nesta doutrina.
Um cuidadoso estudo do livro revela, sem dúvida, que o objetivo do autor é o de ressaltar as obras maravilhosas de Jesus, em vez de fazer afirmações freqüentes que testifiquem da sua deidade.
Muitos toques pessoais se encontram neste evangelho, como "vivia entre as feras", 1:13; "aos quais deu o nome de Boanerges, 3:17; Jesus "indignou-se", 10:14; "e eles se maravilhavam", 10:32; "A grande multidão o ouvia com prazer", 12:37; etc. Embora ressalte o poder divino de Cristo, o autor alude com freqüência aos sentimentos humanos de Jesus: sua decepção, 3:5; seu cansaço, 4:38; seu assombro, 6:6; seus gemidos, 7:34; 8:12; seu afeto, 10:21. Mateus olha para trás e se ocupa principalmente das profecias objetivando os leitores judeus, e dá muito espaço aos discursos de nosso Senhor.
Marcos é mais condensado. Ele diz pouco acerca das profecias e apresenta um resumo dos discursos, mas enfatiza as obras poderosas de Jesus.
Os dezenove milagres registrados em seu curto livro demonstram o poder sobrenatural do Senhor.
Dois demonstram sua vitória sobre a morte, 5:42; 16:9. SINOPSE: O livro pode ser dividido em seis partes.
I. Os eventos introdutórios e preliminares que conduzem ao ministério público de Cristo, 1:1-13. Já no primeiro capítulo, Marcos se submerge abruptamente neste tema.
Começa com o anúncio de que Jesus é o Filho de Deus, v. 1. Ele então passa às cinco etapas preparatórias de sua obra:
· (1) A vinda de seu precursor, vs. 2-8. · (2) Seu batismo em água, v. 9. · (3) Sua plenitude do poder espírito, v. 10. · (4) O testemunho divino da sua condição de Filho, v. 11. · (5) O conflito com seu arqui-inimigo, vs. 12-13. II. Seu ministério inicial na Galiléia, 1:14 -7:23. (Marcos omite inteiramente o ministério inicial na Judéia.)
III. O ocorrido em Tiro e Sidom, 7:24-30. IV. O ensino e a obra de Cristo ao norte da Galiléia, 7:31 -9:50. V. O ministério final na Peréia, e a viagem a Jerusalém, 10:1-52. VI. Os acontecimentos da Semana da Paixão, 11:1 -16:8.
O ESCRITOR
(1) O escritor deste Evangelho não era apóstolo, mas, um obreiro ligado aos apóstolos.
(2) Era filho duma das Marias do Novo Testamento a qual era evidentemente, pessoa de relativo conforto (Atos 12:12). (3) Era sobrinho de Barnabé e foi por causa dele que Paulo e Barnabé discordaram (Atos 15:36-41). (4) Admite-se que Marcos se converteu pela instrumentalidade de Pedro. Em todo caso, tornou-se seu companheiro e registrava as suas declarações.
A ORIGEM
(1) Os bispos primitivos, notadamente, Clemente de Alexandria, descrevem a impressão deixada pela pregação viva de Pedro, e a ansiedade dos ouvintes em possuir, escrito, aquilo que tanto os deleitaram. Quando ouviram da chegada de Marcos, seu companheiro, suplicaram-lhe que lhes recordasse as palavras de seu Mestre. Marcos aquiesceu ao pedido, e escreveu com a sanção apostólica de Pedro.
(2) Justino, o Mártir, chama a este Evangelho "As Memórias", ou "O Evangelho de Pedro".
O PROPÓSITO
(1) Foi escrito, assim se crê, em Roma, para os Romanos. Conseqüentemente:
· Há muito poucas referencias às Escrituras do Velho Testamento;
· Palavras latinas são usadas freqüentemente, ex.: Legião, centurião, etc...
(2) No seu todo o livro reflete a natureza enérgica e impulsiva de Pedro, e assim, admiravelmente adaptado para o cidadão romano, que era homem de ação.
(3) O retrato que Marcos esboça do Senhor Jesus é o de Servo ou obreiro ideal. Como a maioria dos romanos não interessavam palavras, doutrinas ou ensinos, mas, atividades constantes, neste Evangelho frizam-se os atos de nosso Senhor Jesus Cristo e não suas palavras.
ANÁLISE
Este livro não é fácil de analisar. É cheio de incidentes, contudo, divisamos 5 partes distintas.
(1) A CHEGADA E A IDENTIDADE DO SERVO - Cap. 1:1-11
· Não há genealogia, nem se fala de seu nascimento e infância. Isto é importante quando pensamos que esses dados não são requeridos a um empregado.
· É o Servo de todos e não somente dos judeus.
· O Servo é o Filho de Deus, revelado no verso 1 e anunciado no verso 2. · Esta preparado para o ministério pelo Espírito.
Lição: Eu nunca poderei servir a Deus acertadamente, se não for Seu filho pela fé em Cristo Jesus, e se não tiver o testemunho e a plenitude do Espírito.
(2) A FIDELIDADE DO SERVO - Cap. 1:12 e 13
· Somente neste livro se diz que Ele, na sua tentação, "estava com as feras".
· Na tentação o Divido Servo foi leal a Deus.
Lição: Eu tenho de ser leal a Deus e, pela sua graça, ter uma vida vitoriosa, antes que possa realmente ser útil ao meu próximo.
(3) O SERVO TRABALHANDO O CARÁTER E A NATUREZA DO SEU TRABALHO - Caps. 1:14 - Cap. 13
· Ele é o Servo com autoridade - tinha poder sobre os demônios, sobre os elementos, sobre a morte e no ensinar, 1:21-28, 4:35-41, 5,6:47-51 e 9:14-29. · Ele é o Servo ativo - servindo a todos, sem alarde: 1:36-39. · Ele é o Servo incansável - servindo sem descanso, ministrando mesmo quando em casa: 2:1-12, 15-22. · Ele é o Servo abnegado - servindo com despreendimento: 3:20, 6:31. · Ele é o Servo sofredor - servindo com muita tristeza: 3:5, com gemidos: 7:34, 8:12, e até a morte, 8:27-38. · Ele é o Servo desprezado - mas, continua servindo, mesmo mal compreendido: 6:1-6. · Ele é o Servo tolerante - que observa e aprecia o proceder dos outros: 9:38-40, 12:41-44. Lição: Ele é o Servo modelo. Que o nosso trabalho, todo o serviço que prestamos, em tudo se assemelhe ao dEle!
(4) O SERVO OBEDIENTE ATÉ A MORTE - Caps.14 e 15
· Como o boi, sempre pronto para o trabalho ou para o sacrifício, Ele realizou ambos!
· Sua morte foi o maior serviço prestado a outros. Ele morreu por nós!
· Notai 14:51,52 e a interessante suposição de que esse moço, que tudo presenciara, fosse o próprio Marcos, o autor deste livro. (5) O RESSUSCITADO E GLORIFICADO, AINDA SERVO - Cap. 16
· Ele ressuscitou! E sua ressurreição é evidente à luz do serviço que prestou.
· Notai a força da expressão e a significação de "e a Pedro", no verso 7. · Observe no verso 20: Ele é, ainda, o Servo que coopera com os seus servos.