Ezequiel era um sacerdote da aristocracia de Jerusalém, 1:1-3. Com a idade de 25 anos, e justamente 11 anos antes da destruição do Templo, foi levado cativo à Babilônia. Foi contemporâneo de Daniel e Jeremias. Em Babilônia residia em sua própria casa, 8:1. Era casado, tendo sua esposa falecido no ano em que se iniciou o cerco final de Jerusalém, 24:18. Principiou seu ministério 5 anos após ter chegado à Babilônia. Tinha, então, 30 anos, e Jeremias se aproximava do fim de sua trágica, porém gloriosa carreira.
Os falsos profetas induziram os cativos a crer que Jerusalém não seria destruída, e que, eles logo seriam restaurados em sua querida cidade. Jeremias ouvindo isto, então em Jerusalém, lhes escreveu e enviou uma carta, Jeremias 29. Ezequiel principiou seu ministério no ano seguinte confirmando tudo o que Jeremias havia dito. Ezequiel esforçou-se em convence-los de que antes de alimentarem qualquer esperança de voltarem à Jerusalém, era necessário voltarem ao Senhor, seu Deus. Embora a tarefa, a princípio, se apresentasse difícil e cheia de oposições, Ezequiel conseguiu leva-la a bom término, e foi coroado de sucesso, pois, a volta do povo ao Senhor e à sua terra, foi em grande parte o fruto de seu ministério.
Cada um dos três grandes profetas enfatizou uma pessoa da Santíssima Trindade. Ezequiel é o profeta do Espírito; como Isaías o é do Filho e Jeremias do Pai. O ministério do Espírito é muito notável neste livro. Há, pelo menos, 25 referências ao Espírito. Veja-se: 2:2, 3:12, 14, 24, etc. O nome Ezequiel significa “a quem Deus fortalece”, e o agente neste fortalecer foi o Espírito Santo.
1) Ezequiel fala de Israel no Egito mais que qualquer outro profeta. Somente neste livro (20:1-9) somos informados da idolatria de Israel no Egito e do pensamento de Deus em destruí-lo naquele país, por esta razão.
2) Somente em Ezequiel se nos revela a história de Satanás, 28:11-29, lemos aqui um vislumbre da história de nosso grande adversário.
3) Ainda, somente neste livro, temos a história, em muito detalhe, do Templo a ser edificado. Cap. 40-42 e a do novo rio, 47.
1) Este é um livro do qual muitos se desinteressam de o ler. A razão reside no fato de que não compreendem sua chave, sua estrutura, e não alcançam sua mensagem.
2) Sua frase chave é: “A Glória do Senhor” que ocorre 14 vezes nos primeiros 11 capítulos. No Velho Testamento, a “Glória do Senhor” significava a luz visível que brilhava entre os querubins no lugar do Santo dos Santos, no Tabernáculo e no Templo e que proclamava a presença de Deus. Antes da destruição do Templo, Ezequiel viu, em visão, a “Glória do Senhor” deixando o Templo. Há, em 9:3 uma descrição, breve deste fato, do que temos mais particularidades no cap. 10. Enquanto olhava, viu acima dos querubins a semelhança do trono de Deus, com rodas, e, portanto, uma espécie de carro real, 10:1. Daí a “Glória do Senhor” dirigiu-se para a entrada da casa, 10:4 e daí para a porta do oriente, 10:18 e 19, e daí do Templo para o meio da cidade e em seguida para o monte que está ao oriente da cidade, 11:22 e 23. Assim, aos poucos, com pesar, porém majestosamente, a “Glória de Deus” deixou o Santuário e a Cidade. Mas, a Glória, certamente, voltará, cap. 43. O ministério de Ezequiel principiou com uma visão de Deus e termina com uma visão de Deus entre Seu povo. Bendito final! Sua mensagem é a severidade de Deus ao Seu povo desviado e impenitente e Sua bondade para o penitente.
O APARECIMENTO da Glória de Deus – cap. 1-3.
1) Céus abertos e uma visão de Deus, o Filho como o Homem, sobre o trono (1)
2) Os servos
a) Sua comissão (2)
b) Seu alimento (3:1-3)
c) Sua tarefa (3:4-11)
d) Sua unção (3:12-14)
e) Seus deveres (3:15-21)
3) O aparecimento da Glória do Senhor (3:22-27)
O DESAPARECIMENTO da Glória do Senhor – cap. 4-24
Ele principia seu ministério a Israel:
1) Predição do cerco de Jerusalém (4)
2) Horrores do cerco (5)
3) Um remanescente preservado (6)
4) Sua terrível desolação (7)
5) Idolatria na alta sociedade (8)
6) O remanescente designado para preservação (9)
7) Desaparecimento da Glória (10, 11)
8) Castigo tardio, porém certo (12)
9) Falsas profetisas (13)
10) Várias parábolas do Velho Testamento, com mais ensinos importantes, todos visando induzir Israel ao arrependimento, restauração política e espiritual (14-24)
A GLÓRIA DE DEUS e as nações circunvizinhas – Cap. 25–32
Essas 7 profecias foram proferidas no tempo entre o conhecimento do sitio por Nabucodonosor, 24:2 e as notícias sobre a captura de Jerusalém,33:21.
Observemos que Deus foi contra essas nações pagãs, não somente por causa de seu pecado, a idolatria, mas, por causa do tratamento cruel infligido ao Seu povo.
1) Amom, Moabe, Edom, Filistia (25)
2) Tiro (26-28)
3) Egito (29-32)
A VOLTA da Glória de Deus – Cap. 33 – 48
Preparação após um silêncio de 3 anos.
Muitos consideram esta parte a mais rica do livro.
1) Promessa de restauração (33)
2) O Bom Pastor (34)
3) O Evangelho segundo Ezequiel (36)
4) Predição dum grande avivamento nacional (37)
5) Futuros inimigos derrotados (38-39)
6) O novo Santuário será edificado (40-42)
7) A volta da Glória do Senhor (43)
8) O Príncipe Misterioso (44)
9) A divisão de Jerusalém (45-46)
10) Torrentes de águas purificadoras (47)
11) A divisão da terra (48)