Jeremias 43:1 — 44:30

Jeremias ministra aos judeus no Egito



1) Tendo Jeremias acabado de falar a todo o povo todas as palavras do Senhor seu Deus, aquelas palavras com as quais o Senhor seu Deus lho havia enviado,
2) então falaram Azarias, filho de Hosaías, e Joanã, filho de Careá, e todos os homens soberbos, dizendo a Jeremias: Tu dizes mentiras o Senhor nosso Deus não te enviou a dizer: Não entreis no Egito para ali peregrinardes
3) mas Baruque, filho de Nerias, é que te incita contra nós, para nos entregar na mão dos caldeus, para eles nos matarem, ou para nos levarem cativos para Babilônia.
4) Não obedeceu pois Joanã, filho de Careá, nem nenhum de todos os príncipes dos exércitos, nem o povo todo, à voz do Senhor, para ficarem na terra de Judá.
5) Mas Joanã, filho de Careá, e todos os chefes das forças tomaram a todo o resto de Judá, que havia voltado dentre todas as nações, para onde haviam sido arrojados, com o fim de peregrinarem na terra de Judá
6) aos homens, às mulheres, às crianças, e às filhas do rei, e a toda pessoa que Nebuzaradão, capitão da guarda, deixara com Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, como também a Jeremias, o profeta, e a Baruque, filho de Nerias
7) e entraram na terra do Egito pois não obedeceram à voz do Senhor assim vieram até Tapanes.
8) Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, em Tapanes, dizendo:
9) Toma na tua mão pedras grandes, e esconde-as com barro no pavimento que está à entrada da casa de Faraó em Tapanes, à vista dos homens de Judá
10) e dize-lhes: Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu enviarei, e tomarei a Nabucodonozor, rei de Babilônia, meu servo, e porei o seu trono sobre estas pedras que escondi e ele estenderá o seu pavilhão real sobre elas.
11) Virá, e ferirá a terra do Egito, entregando à morte quem é para a morte, ao cativeiro quem é para o cativeiro, e à espada.
12) E lançarei fogo às casas dos deuses do Egito e ele os queimará e os levará cativos e ornar-se-á da terra do Egito, como se veste o pastor com a sua roupa e sairá dali em paz.
13) E quebrará as colunas de Bete-Semes, que está na terra do Egito e as casas dos deuses do Egito queimará a fogo.
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1) A palavra que veio a Jeremias, acerca de todos os judeus, que habitavam na terra do Egito, em Migdol, em Tapanes, em Mênfis, e no país de Patros:
2) Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz cair sobre Jerusalém, e sobre todas as cidades de Judá e eis que elas são hoje uma desolação, e ninguém nelas habita
3) por causa da sua maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso, e servir a outros deuses, a quem eles nunca conheceram, nem eles, nem vós, nem vossos pais.
4) Todavia eu vos enviei persistentemente todos os meus servos, os profetas, para vos dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio!
5) Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses.
6) Pelo que se derramou a minha indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se vê.
7) Agora, pois, assim diz o Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra vós mesmos, para desarraigardes o homem e a mulher, a criança e o que mama, dentre vós, do meio de Judá, a fim de não vos deixardes ali resto algum
8) irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a outros deuses na terra do Egito, aonde vós entrastes para lá peregrinardes, para que sejais exterminados, e para que sirvais de maldição e de opróbrio entre todas as nações da terra?
9) Esquecestes já as maldades de vossos pais, as maldades dos reis de Judá, as maldades das suas mulheres, as vossas maldades e as maldades das vossas mulheres, cometidas na terra de Judá e nas ruas de Jerusalém?
10) Não se humilharam até o dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais.
11) Portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar todo o Judá.
12) E tomarei os que restam de Judá, os quais puseram o seu rosto para entrar na terra do Egito, a fim de lá peregrinarem, e todos eles serão consumidos na terra do Egito cairão à espada, e de fome serão consumidos desde o menor até o maior morrerão à espada e de fome e tornar-se-ão um espetáculo de execração, de espanto, de maldição e de opróbrio.
13) Pois castigarei os que habitam na terra do Egito, como castiguei Jerusalém, com a espada, a fome e a peste.
14) De maneira que, da parte remanescente de Judá que entrou na terra do Egito a fim de lá peregrinar, não haverá quem escape e fique para tornar à terra de Judá, à qual era seu grande desejo voltar, para ali habitar mas não voltarão, senão um pugilo de fugitivos.
15) Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a outros deuses, e todas as mulheres que estavam presentes, uma grande multidão, a saber, todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo:
16) Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti
17) mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu, e de lhe oferecermos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém então tínhamos fartura de pão, e prosperávamos, e não vimos mal algum.
18) Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha do céu, e de lhe oferecer libações, temos tido falta de tudo, e temos sido consumidos pela espada e pela fome.
19) E nós, as mulheres, quando queimávamos incenso à rainha do céu, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos para a adorar e lhe oferecemos libações sem nossos maridos?
20) Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado essa resposta, dizendo:
21) Porventura não se lembrou o Senhor, e não lhe veio à mente o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra?
22) O Senhor não podia por mais tempo suportar a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes pelo que se tornou a vossa terra em desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê.
23) Porquanto queimastes incenso, e pecastes contra o Senhor, não obedecendo à voz do Senhor, nem andando na sua lei, nos seus estatutos e nos seus testemunhos por isso vos sobreveio este mal, como se vê neste dia.
24) Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi a palavra do Senhor, vós, todo o Judá, que estais na terra do Egito.
25) Assim fala o Senhor dos exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres falastes por vossa boca, e com as vossas mãos o cumpristes, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos, de queimarmos incenso à rainha do céu e de lhe derramarmos libações confirmai, pois, os vossos votos, e cumpri-os!
26) Ouvi, pois, a palavra do Senhor, todos os de Judá que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o Senhor, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela boca de nenhum homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Como vive o Senhor Deus!
27) Eis que velarei sobre eles para o mal, e não para o bem e serão consumidos todos os homens de Judá que estão na terra do Egito, pela espada e pela fome, até que de todo se acabem.
28) E os que escaparem da espada voltarão da terra do Egito para a terra de Judá, poucos em número e saberá todo o resto de Judá que entrou na terra do Egito para peregrinar ali, se subsistirá a minha palavra ou a sua.
29) E isto vos servirá de sinal, diz o Senhor, de que eu vos castigarei neste lugar, para que saibais que certamente subsistirão as minhas palavras contra vós para o mal:
30) Assim diz o Senhor: Eis que eu entregarei Faraó-Hofra, rei do Egito, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte como entreguei Zedequias, rei de Judá, na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, seu inimigo, e que procurava a sua morte.