Análise nº 56
Mensagem: O ideal de Deus para a Igreja Cristã e para os obreiros cristãos.
INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR: Paulo, o apóstolo.
DADOS ACERCA DE TITO: Era gentil, Gálatas 2:3; amigo amado e ajudante de Paulo, II Coríntios 2:13; 7:6,13; 8:23. Mensageiro da igreja de Corinto, II Coríntios 8:16-18. Era absolutamente confiável e abnegado, II Coríntios 12:18. Foi companheiro de Paulo e Barnabé numa viagem a Jerusalém, Gálatas 2:1. Paulo deixou-o em Creta como supervisor das igrejas, Tito 1:5. Esteve em Roma com Paulo durante o encarceramento deste. II Timóteo 4:10. Parece que possuía melhor saúde e mais maturidade que Timóteo.
TEMA PRINCIPAL: Conselhos e exortações acerca dos deveres e das doutrinas ministeriais, com ênfase especial sobre as boas obras.
3:8.
PENSAMENTO PRINCIPAL: A ênfase nas boas obras está em 1:16; 2:7, 14; 3:1, 8, 14. Esta é uma resposta suficiente para os que dizem que há um conflito doutrinário entre as cartas de Paulo e a de Tiago.
O caráter dos cretenses era tal que Paulo julgou necessário aconselhar a seu ministro a insistir no ensino acerca da vida cristã conseqüente. Sem dúvida, esta carta não ensina a salvação pelas obras, 3:5.
SINOPSE
I. Antes de tudo são instruções acerca da organização e da disciplina da igreja.
· (1) Saudação e referência à esperança gloriosa do evangelho, vs. 1-4.
· (2) Propósito do envio de Tito a Creta, v. 5.
· (3) Ordem e disciplina da igreja.
o (a) Caráter e requisitos dos anciãos e dos bispos, vs. 6-9.
o (b) Dever de silenciar os mestres mercenários, vs. 10-11.
o (c) O espírito pecaminoso dos cretenses requeria um trato rigoroso e uma adesão firme à verdade, vs. 12-14.
o (d) Condenação da impureza interior e da hipocrisia, vs.15-16.
II. A sã doutrina e as boas obras.
· (1) Instruções apostólicas adaptadas a várias classes.
o (a) Acerca da atitude e do comportamento das pessoas idosas, vs. 2-3.
o (b) Ensino adaptado a moços e moças, vs. 4-6.
o (c) Exortações a Tito acerca de seu exemplo pessoal, vs. 7-8.
o (d) Deveres dos escravos, vs. 9-10.
· (2) A oportunidade universal de salvação requer:
o (a) Abnegação e piedade neste mundo, vs. 11-12.
o (b) Anelo do cumprimento da bendita esperança da vinda de Cristo, v. 13.
o (c) Viver em santidade, v. 14.
· (3) A importância de fazer valer estas verdades, v. 15.
III. Principalmente instruções adicionais acerca de manter a doutrina das boas obras, e o método divino da salvação.
· (1) Obrigações e deveres sociais, vs. 1-2.
· (2) O método de salvação pela graça.
o (a) A universalidade do pecado, v. 3.
o (b) A graça purificadora por meio de Cristo, e não das boas obras, é a base da salvação, vs. 4-7.
· (3) A importância das boas obras deve ser ensinada constantemente, v. 8.
· (4) Como enfrentar as questões tolas e a heresia, vs. 9-11.
· (5) Palavras finais e bênção, vs. 12-15.
PORÇÕES SELETAS
O ESCRITOR
Sem dúvida, foi Paulo o autor desta epístola. Alguns pensam que não, devido a ênfase posta nas obras, 1:16 - 2:7 e 14 - 3:1, 8 e 14; porém 3:5é uma resposta suficiente a esta objeção. Foi escrita, mais ou menos, ao mesmo tempo e no mesmo lugar da primeira carta à Timóteo.
TITO
Está bem claro que Tito era um dos convertidos de Paulo, (1:4). Deve ter-se convertido nos primeiros dias do ministério de Paulo, pois ele acompanhou Paulo e Barnabé à Jerusalém, ao findar da sua primeira viagem missionária, dezessete anos após à sua conversão, (Gálatas 2:1). Tito era diferente de Timóteo em muitos aspectos. Timóteo foi criado como judeu e circuncidado por Paulo, enquanto que, Tito era um puro gentio e não foi circuncidado, (Gálatas 2:3). Devia ser mais velho do que Timóteo em idade e graça; certamente mais forte, fisicamente e moralmente, pois Paulo parecia menos preocupado com a conduta de Tito e, de como os outros o tratavam, do que com o que sucedia a Timóteo.
CRETENSES
Paulo não reconhece bom caráter nos cretenses, (1:12 e 13). Diziam que "os cretenses constituiam uma raça turbulenta - ou, antes, um grupo de raças turbulentas - sem paz entre eles, nem paciência sob o domínio estrangeiro. Antes de serem conquistados pelos romanos, no ano de 67 a.C., estavam acostumados com a forma de governo democrático, por isso mesmo, sentiam de maneira por demais aguda, o jugo romano." Por estas razões, Paulo sabia que estava dando recomendações a Tito, (3:1) que, transmitidas, seriam mal recebidas até mesmo pelos convertidos cretenses. Reconhecendo essas dificuldades, Paulo (por ter muita fé na sabedoria a capacidade de Tito, a quem já confiara missões delicados, ex.: aos Coríntios, II Coríntios 2:13 e 7:6,7) ao deixar Creta, após sua visita, deixou a Tito a incumbência de por "em boa ordem as coisas." (1:5)
PONTOS NOTÁVEIS
· Esta epístola contém duas das mais completas declarações de fé cristã das encontradas no Novo Testamento. 2:11-14, 3:4-7
· A única vez que Paulo diz de si ser "escravo de Deus", é nesta epístola. 1:1
· Paulo é o único escritor do Novo Testamento que cita autores profanos e pagãos, e o faz por três vezes:
o nesta epístola, 1:12
o em atos 17:28
· Esta epístola nos revela a vinda, pessoal e pré-milenial, de cristo, a respeito da qual, Paulo escreveu detalhadamente aos Tessalonicenses, treze anos antes; e que, agora, na sua velhice, ainda era, para ele, uma bendita esperança, 2:13.
ANÁLISE
(1) A ÊNFASE, NESTA SEÇÃO, ESTÁ EM: ORDEM NA IGREJA - chave 1:5
UMA IGREJA EM ORDEM
Cap. 1
· A amorosa e sugestiva saudação de Paulo, 1:4. (Notar, como o verso 2, é um contraste impressionante ao caráter mentiroso dos cretenses: veja o verso 12)
· O propósito em deixar Tito, 5
· As qualidades para bispos, 6-9
· O caráter turbulento dos cretenses, 10-16
· Notas a declaração sugestiva, no verso 15, de que "todas as coisas são puras para os puros..."
(2) A ÊNFASE, NESTA SEÇÃO, ESTÁ NA DOUTRINA - chave 2:1, 2, 7, 10
UMA IGREJA SÃ
Cap. 2
· Uma mensagem para:
o Tito, 1, 7, 8, 15
o os velhos 2, 3
o os moços 4, 6
o os escravos 9, 10
· Um atestado de Paulo, pelo qual, numa sentença, nos dá um Evangelho todo, passado, presente e futuro. 11-14
(3) A ÊNFASE, NESTA SEÇÃO, ESTÁ NAS OBRAS - chave 3:1, 8, 14
UMA IGREJA ATIVA
Cap. 3
· O direito, prático, do cidadão, 1
· A piedade prática, 2
· Um triste retrospecto, 3
· O que operou nossa transformação, 4-7
· Necessidade duma piedade prática, 8
· Do que nos desviar, 9
· De quem nos devemos desviar, 10 e 11
· Conclusão, 12-15
A MENSAGEM
1. O ideal de Deus para Sua igreja: ordem na organização, santidade na fé e na moral, e obras práticas de piedade e filantropia.
2. O ideal de Deus para o obreiro cristão: amor à ordem e ao método, uma ortodoxia vital, porte sóbrio, e linguagem sã.
