A parábola do grão de mostarda: uma visão bíblica do avanço do Reino de Deus em Lc 13.10-21 -


Na semana de 6 a 10 de outubro ocorreu a 24ª. Conferência Fiel para Pastores e Líderes. Tivemos cerca de 1.300 congressistas, que ouviram sete preletores em 18 palestras, no decorrer de 5 dias, além de 3 “workshops” ministrados por Matt Shmucker e Jonathan Leeman, do Ministério 9Marcas.
Quem contribui conosco é o Túlio César Costa Leite, presbítero da Igreja Reformada Presbiteriana em Maricá, no Rio de Janeiro. Ele fez anotações de todas as palestras e irá compartilhá-las conosco aos poucos.
Começamos com a primeira pregação da série de três palestras de Sam Waldron. Ele é um dos pastores da Igreja Batista da Herança, em Ewensboro, Kentucky, professor de teologia sistemática do Centro de Estudos Teológicos Midwest e instrutor adjunto e membro do conselho do Seminário Reformado Batista em Easley, SC. Autor de diversos livros, entre eles um extenso comentário sobre a Confissão de Fé Batista de 1689.
Eis os temas das palestras que ele ministrou:
· A parábola do grão de mostarda: uma visão bíblica do avanço do Reino de Deus em Lc 13.10-21
· Igreja em guerra: o real significado de Mt 16.18
· Evangelização bíblica: o estilo de vida de todo cristão verdadeiro (Mt 12.30).
Bom proveito, e fica o convite para a próxima conferência da Fiel em outubro de 2009.
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A parábola do grão de mostarda: uma visão bíblica do avanço do Reino de Deus em Lc 13.10-21
– O que é o Reino de Deus? O Reino de Deus é: 1) profetizado no Antigo Testamento; 2) fortemente presente no mundo, através da Palavra de Deus, gerando filhos; 3) intimamente ligado a igreja; 4) manifestado também numa dimensão futura, na volta do Rei, quando os ímpios forem julgados e quando haverá somente um povo santo sobre a Terra.
1) A vinda do reino é o tema de muitas profecias do Antigo Testamento: Dn 2.44; 7.13-14; Is 52.7; Sl 103.19, etc.
2) Leia Mt 13.18-19, 23, 37-38.
3) O Reino não é a igreja, mas ambos estão intimamente ligados: Mt 16.17-19; 18.18.
4) cf. Mt 13.37-43.
– Lc 13.18: como o Reino é semelhante ao grão de mostarda?
1) Na questão de parecer insignificante no início.
2) No grande poder de germinar e crescer (cf. Mc 4.32).
3) Assim como depois de crescida a mostarda dominará a horta, também o Reino há de dominar o mundo (Ez 17; Dn 4). As aves do céu simbolizam as nações – cf. Is 9.
– Por que Jesus contou a parábola? Porque considerou que ela ilustrava perfeitamente o incidente descrito nos versículos anteriores:
1) Nada poderia ser aparentemente mais comum, normal e insignificante do que o aparecimento de um carpinteiro galileu numa sinagoga no sábado.
2) Mas naquele dia o Reino manifestou seu tremendo potencial de crescimento: Jesus libertou uma mulher que vivia cativa, figura de como a Palavra liberta aqueles que andam cativos do pecado.
3) Sempre há oposição (v.14), mas a palavra de Jesus trouxe à luz a condição do pecado de uns (v.17a) e a alegria de outros (v.17b).
Jesus, através da parábola, estava dizendo: hoje, nesta sinagoga, vocês viram o princípio do Reino. Ele será sempre assim, vindo em aparente fraqueza, mas manifestando um tremendo poder. E quem me seguir reinará comigo sobre as nações.
– Protegendo a parábola contra a má interpretação:
Dois erros costumam ser cometidos na interpretação desta parábola:
1) A interpretação pessimista: Certos comentaristas, tendo em vista a parábola seguinte (a do fermento) afirmam que sendo o fermento o símbolo do pecado, a parábola trata da crescente corrupção da igreja. Assim também a parábola do grão de mostarda: uma hortaliça que se transforma em árvore é uma monstruosidade. Porém o contexto não é a crescente corrupção da igreja, maso crescente sucesso do evangelho.
2) A interpretação demasiadamente otimista: Esta parábola é grandemente encorajadora, mas há uma corrente que afirma que o evangelho transformará o mundo politicamente, financeiramente, socialmente, moralmente, antes de Jesus voltar. Porém o contexto bíblico mostra que temos que ser mais moderados: A parábola do semeador nos leva a concluir que há quatro tipos de solo, mas em três deles o resultado não é encorajador. Em Mt 13.25 vemos o inimigo semeando a sua semente no meio da boa semente e ambas crescendo juntas até a consumação do tempo.
– Qual a importância da parábola para nós?
1) Podemos ter certeza de que o Reino de Deus avançará e finalmente triunfará na história do mundo.
Há esperança. Os grandes dias da igreja não estão no passado. Maiores dias ainda estão por vir. A árvore ainda crescerá mais. A parábola nos encoraja, nos dá confiança, é a palavra do Rei.
Não será fácil, não será sem oposição, não será sem dor nem perseguição, não haverá crescimento instantâneo. Quanto mais Satanás temer a Palavra de Deus, mais a atacará. Mas a igreja triunfará.
2) Talvez você esteja pensando que eu não sei o quanto sua igreja é fraca. Lembre-se que nada é mais insignificante do que uma semente de mostarda – você já viu uma? Mas dentro dela há um tremendo poder de crescimento.
O poder de Deus sempre coexistirá com a fraqueza. Os servos de Deus sempre terão uma aparência comum e ordinária. A fraqueza não é problema para Deus. Sempre seremos fracos. O perigo quando esquecermos disso: deixarmos de ser pequenos aos nossos próprios olhos é o princípio do fim para nós.
3) O vigor da igreja tem que ser mantido pela proclamação do evangelho: para fora, aos ímpios, para dentro, edificando os santos. O evangelho é capaz de humilhar os inimigos de Deus, de libertar os cativos e de alegrar os filhos de Deus. Continue focado no evangelho do Reino de Deus.

Esboço das Palestras da Conferência Fiel (1)