Deuteronômio 31:30-32:43

Último cântico de Moisés

30) Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico, ouvindo-o toda a assembléia de Israel:
1) Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei e ouça a terra as palavras da minha boca.
2) Caia como a chuva a minha doutrina destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a relva.
3) Porque proclamarei o nome do Senhor engrandecei o nosso Deus.
4) Ele é a Rocha suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos Deus é fiel e sem iniqüidade justo e reto é ele.
5) Corromperam-se contra ele não são seus filhos, e isso é a sua mancha geração perversa e depravada é.
6) É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e insensato? não é ele teu pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?
7) Lembra-te dos dias da antigüidade, atenta para os anos, geração por geração pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão.
8) Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando separava os filhos dos homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número dos filhos de Israel.
9) Porque a porção do Senhor é o seu povo Jacó é a parte da sua herança.
10) Achou-o numa terra deserta, e num erma de solidão e horrendos uivos cercou-o de proteção cuidou dele, guardando-o como a menina do seu olho.
11) Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas,
12) assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus estranho.
13) Ele o fez cavalgar sobre as alturas da terra, e comer os frutos do campo também o fez chupar mel da rocha e azeite da dura pederneira,
14) coalhada das vacas e leite das ovelhas, com a gordura dos cordeiros, dos carneiros de Basã, e dos bodes, com o mais fino trigo e por vinho bebeste o sangue das uvas.
15) E Jesurum, engordando, recalcitrou (tu engordaste, tu te engrossaste e te cevaste) então abandonou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.
16) Com deuses estranhos o moveram a zelos com abominações o provocaram à ira:
17) Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus, a deuses que não haviam conhecido, deuses novos que apareceram há pouco, aos quais os vossos pais não temeram.
18) Olvidaste a Rocha que te gerou, e te esqueceste do Deus que te formou.
19) Vendo isto, o Senhor os desprezou, por causa da provocação que lhe fizeram seus filhos e suas filhas
20) e disse: Esconderei deles o meu rosto, verei qual será o seu fim, porque geração perversa são eles, filhos em quem não há fidelidade.
21) A zelos me provocaram cem aquilo que não é Deus, com as suas vaidades me provocaram à ira portanto eu os provocarei a zelos com aquele que não é povo, com uma nação insensata os despertarei à ira.
22) Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arde até o mais profundo do Seol, e devora a terra com o seu fruto, e abrasa os fundamentos dos montes.
23) Males amontoarei sobre eles, esgotarei contra eles as minhas setas.
24) Consumidos serão de fome, devorados de raios e de amarga destruição e contra eles enviarei dentes de feras, juntamente com o veneno dos que se arrastam no pó.
25) Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor, tanto ao mancebo como à virgem, assim à criança de peito como ao homem encanecido.
26) Eu teria dito: Por todos os cantos os espalharei, farei cessar a sua memória dentre os homens,
27) se eu não receasse a vexação da parte do inimigo, para que os seus adversários, iludindo-se, não dissessem: A nossa mão está exaltada não foi o Senhor quem fez tudo isso.
28) Porque são gente falta de conselhos, e neles não há entendimento.
29) Se eles fossem sábios, entenderiam isso, e atentariam para o seu fim!
30) Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer rugir dez mil, se a sua Rocha não os vendera, e o Senhor não os entregara?
31) Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disso.
32) Porque a sua vinha é da vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra as suas uvas são uvas venenosas, seus cachos são amargos.
33) O seu vinho é veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras.
34) Não está isto encerrado comigo? selado nos meus tesouros?
35) Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar.
36) Porque o Senhor vindicará ao seu povo, e se arrependerá no tocante aos seus servos, quando vir que o poder deles já se foi, e que não resta nem escravo nem livre.
37) Então dirá: Onde estão os seus deuses, a rocha em que se refugiavam,
38) os que comiam a gordura dos sacrifícios deles e bebiam o vinho das suas ofertas de libação? Levantem-se eles, e vos ajudem, a fim de que haja agora refúgio para vós.
39) Vede agora que eu, eu o sou, e não há outro deus além de mim eu faço morrer e eu faço viver eu firo e eu saro e não há quem possa livrar da minha mão.
40) Pois levanto a minha mão ao céu, e digo: Como eu vivo para sempre,
41) se eu afiar a minha espada reluzente, e a minha mão travar do juízo, então retribuirei vingança aos meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam.
42) De sangue embriagarei as minhas setas, e a minha espada devorará carne do sangue dos mortos e dos cativos, das cabeças cabeludas dos inimigos
43) Aclamai, ó nações, com alegria, o povo dele, porque ele vingará o sangue dos seus servos aos seus adversários retribuirá vingança, e fará expiação pela sua terra e pelo seu povo.